ADIMB na Mídia! Global Business Reports

Marcos André Gonçalves, Roberto Perez Xavier, Augusto C. B. Pires

PRESIDENT (MG), EXECUTIVE DIRECTOR (RX) AND PROJECT MANAGER (AP), ADIMB

Você pode nos atualizar sobre as atividades recentes da ADIMB?

RX: Desde o segundo semestre de 2023, a ADIMB tem trabalhado em quatro projetos colaborativos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D&I) de longo prazo, apoiados por empresas de exploração mineral e mineração, em parceria com grupos de pesquisa acadêmica multi-institucionais e centros de pesquisa governamentais. A ADIMB esteve novamente presente na PDAC 2024, em Toronto, como organizadora da delegação brasileira. Este ano, nossa delegação foi a maior de todas, com mais de 120 profissionais, incluindo funcionários do governo e CEOs de empresas de exploração mineral e mineração atualmente no Brasil. Também organizamos o XI Simpósio Brasileiro de Exploração Mineral (SIMEXMIN), realizado de 19 a 23 de maio de 2024, em Ouro Preto, com o slogan “Mapeando novos horizontes para a transição energética de baixo carbono”. Mais de 1.600 profissionais participaram de sessões técnicas e painéis, apresentações principais, estandes de expositores, cursos rápidos e reuniões de negócios.

Como a ADIMB promove o desenvolvimento científico e técnico da indústria de mineração?

RX: Projetos colaborativos de P&D&I liderados pela ADIMB têm sido muito positivos para atender às demandas geológicas e tecnológicas levantadas em projetos de exploração em estágio inicial e avançado. Três desses projetos são patrocinados pela VALE, Oz Minerals/BHP e Centaurus, focados em depósitos de cobre-ouro-níquel e ferro das regiões ricas em recursos de Carajás (norte do Brasil) e Quadrilátero Ferrífero (sudeste do Brasil). Mais recentemente, um projeto de P&D&I de três anos foi iniciado pela Meteoric Resources. Este projeto está sendo desenvolvido em depósitos de elementos de terras raras hospedados em regolitos, formados por intemperismo intenso de rochas alcalinas de um paleovulcão na cidade de Poços de Caldas. Esses projetos nos ajudam a entender os processos geológicos significativos na formação de depósitos em escala regional e propor novas ferramentas de exploração que podem proporcionar maior eficiência na avaliação dos alvos de exploração da empresa. A capacitação tem sido outra atividade crítica que trouxe resultados positivos para a força de trabalho da mineração no Brasil. A ADIMB organizou vários cursos rápidos com base nas demandas da indústria mineral, em particular, relacionados à geologia e exploração de depósitos de minerais e metais críticos. Outro marco na capacitação liderado pela ADIMB é o lançamento do MBA em Gestão de Recursos Minerais em parceria com o IBMEC, uma instituição de ensino superior de prestígio no Brasil.

Você pode fornecer uma avaliação dos principais desenvolvimentos no setor de mineração do Brasil?

MG: Existem vários novos desenvolvimentos na cena de exploração mineral para terras raras, lítio e metais básicos. Vários novos projetos de exploração foram concretizados, especificamente na região do Jequitinhonha e no nordeste. Há sinais positivos de fusões e aquisições. A transição energética tem influenciado positivamente o setor de mineração, com novos investimentos de exploração vindos de empresas australianas, canadenses e americanas.

Você pode discutir os principais desafios enfrentados ao longo da cadeia de valor da mineração no Brasil?

AP: A integração de tecnologias inovadoras nas operações de mineração e o fortalecimento das regulamentações ambientais e de segurança estão entre os principais desafios. O Brasil é um player global na produção de commodities e tem grande potencial para descobrir novos depósitos. Explorar depósitos mais profundos em cenários geológicos complexos requer a integração de métodos convencionais com tecnologias modernas, como automação, IA e Big Data, melhorando a produtividade e a eficiência. Do ponto de vista econômico, projetos de mineração exigem investimentos de capital significativos, particularmente para empresas de médio porte e júnior, que geralmente buscam capital em bolsas de valores no exterior. Seria vantajoso se essa capitalização pudesse ser feita via fundos de investimento no Brasil, como no recente lançamento do Fundo de Investimento em Minerais Estratégicos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Muitas minas estão em regiões remotas com redes rodoviárias ou ferroviárias inadequadas e fornecimento de energia confiável e acessível. No espaço regulatório, atrasos no processo de licenciamento e mudanças frequentes nas leis e regulamentações de mineração têm sido obstáculos ao desenvolvimento de novos projetos, desestimulando investimentos de longo prazo. Queremos manter estratégias ESG contínuas e robustas para fortalecer o vínculo entre a indústria e as comunidades locais que dependem economicamente da mineração. Proporcionar oportunidades de emprego adequadas e treinamento para as populações locais é crucial para garantir que os benefícios da mineração sejam amplamente compartilhados.

Quais são as prioridades da ADIMB para 2024/2025?

MG: Nosso novo mandato bienal começa com foco em capturar e maximizar as oportunidades relacionadas à transição energética, bem como alavancar o desenvolvimento profissional e as tecnologias que moldarão a indústria de mineração.

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