De acordo com Marcos André Gonçalves, presidente do Conselho Superior da entidade, o Brasil pode se beneficiar da excelente relação com países europeus para se firmar como principal fornecedor das cadeias de valor de minerais críticos para transição energética.
Gonçalves participou de painel sobre Perspectivas da Indústria Mineral Brasileira ao lado de representantes da APEX, IBRAM e ABPM
O seminário da União Europeia foi organizado em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX), em Brasília, entre os dias 18 e 19 de abril e busca promover investimentos da União Europeia no Brasil em cadeias de valor de Matérias-Primas Críticas (CRMs) sustentáveis e responsáveis. A iniciativa faz parte da estratégia da UE para fortalecer os laços internacionais nos setores necessários para a transição para energias limpas.
Durante o evento, o presidente do Conselho Consultivo da entidade, Marcos André Gonçalves foi um dos palestrantes do painel sobre Perspectivas da Indústria Mineral Brasileira, onde destacou que a iniciativa é uma oportunidade de intercâmbio do Brasil com países da Europa para fornecimento de minerais críticos para transição energética.
Gonçalves avalia que o seminário foi uma oportunidade de fazer o intercâmbio com quem compra e com quem tem capacidade também de fazer investimento para o desenvolvimento dessas cadeias. Segundo ele, a ADIMB participou de onze reuniões com representantes de empresas europeias. “É muito interessante conversar, fazer essa união entre os países que necessitam e o Brasil que quer desenvolver novos projetos.”
Segundo Gonçalves, o mundo percebeu a necessidade de diversificar a cadeia de suprimento de minérios. “Eu não digo nem críticos ou estratégicos, mas minérios necessários para a vida atual, para a vida moderna.” Nesse cenário, Gonçalves avalia que o Brasil possui excelentes relações diplomáticas com diversos países, além de possuir uma variedade dos minérios, principalmente aqueles voltados para transição energética para suprir demanda de países europeus.
O presidente da ADIMB disse ainda houve vários contatos comerciais de empresas brasileiras que têm capital de outros países, como Austrália e Canadá negociando com empresa europeias, principalmente da Alemanha, França e Itália. “É uma oportunidade para desenvolver a cadeia produtiva na área de minerais vinculados à transição energética.”
Para o executivo da ADIMB, o Brasil tem dois caminhos a seguir: o primeiro passa pela prospecção, que significa sair do zero em busca de novos depósitos de bens minerais, o outro é revisar áreas que já foram objetos de produção, disse citando como exemplo Rondônia, onde uma antiga mineração de estanho contém elementos de terras raras em sua pilha de rejeitos. “Mas temos uma série de outros exemplos Brasil afora e que não são projetos de pesquisa mineral iniciais, são de revisão e até operações já encerradas,” explicou Gonçalves.