É o que prevê Paulo Azevedo, analista da Wood Mackenzie, em apresentação feita durante o 10º. Simexmin.

A demanda por pelotas de minério de ferro deve apresentar um forte crescimento nos próximos anos. É o que prevê Paulo Azevedo, analista da Wood Mackenzie, em apresentação feita durante o 10º. Simexmin, que se realiza em Ouro Preto.

Segundo ele, é possível que a demanda dessa matéria prima cresça 4 vezes no futuro próximo, o que será um desafio para que os produtores possam ofertar a quantidade que vai ser demandada. Por outro lado, a descarbonização vai gerar uma redução no consumo de minério de ferro para utilização em altos fornos.

Tal situação, diz o analista, favorecerá o Brasil, que tem reservas e produção de minério de ferro (pellet feed) de alto teor e desenvolve tecnologias que possibilitam a descarbonização da indústria siderúrgica, como o “briquete verde”.

“O Brasil, por possuir uma das maiores reservas do mundo, tem uma baixíssima relação estéril/minério, o que significa que as reservas têm alto aproveitamento”, diz o analista.

A partir de 2035, haverá um desbalanço no mercado e a tendência é que o mercado de minério de ferro de alta qualidade e de pelotas fique em déficit em médio e longo prazo.

No mesmo painel, que teve como tema “Mercado de Commodities Minerais”, o engenheiro de minas Márcio Goto, gerente comercial da Project Blue, abordando os minerais críticos para a transição energética, afirmou que a demanda por nióbio vai aumentar, em função da legislação chinesa que obriga maior adição do metal na fabricação do aço. O mesmo acontecerá com o manganês, já que metal é utilizado em quase todos os materiais para baterias. Mas a principal boa notícia é para o lítio, que teve forte aumento de preços no último ano e cuja tendência é de mais aumento. Ainda com relação ao lítio, Goto opina que o Brasil é favorecido, por produzir lítio a partir de rochas, enquanto outros países da América Latina utilizam a produção em salares, que é mais poluente.

Já Marcio Farid, do Goldman Sachs, fez previsões pessimistas para a produção de aço na China, hoje maior produtor mundial, o que certamente afetará o consumo de minério de ferro. Sua análise indica que a produção de aço da China cairá para 800 milhões t em 2050 de um patamar de 1 bilhão t em 2021. Isto certamente, segundo ele, terá um forte impacto sobre o mercado mundial de minério de ferro.